Este Blog é uma homenagem e um agradecimento de todas as alunas que, ao longo destes 25 anos, contribuiram para o prestígio da CLASSE DE DANÇA JAZZ do GINÁSIO CLUBE PORTUGUÊS.

27/07/2009

Sardinhada Chez Kaizeler! (PARTE I)

Sábado, 18 de Julho, Quinta Nova em Santiago do Cacém, 36ºC!

O ano de 2009 ficará marcado na existência de muitas como um ano intenso na preparação do evento das nossas vidas, o espectáculo que sempre quisemos concretizar, a representação que sonhámos todas protagonizar! Começou por ser uma homenagem e finalizou-se dessa mesma forma tendo no entanto proporcionado muitos momentos de alegria, de exaustão, de plenitude, de aborrecimentos, de motivação, de impaciência… Enfim, um reboliço de sensações de altos e baixos, de sentimentos confusos e desconexos. Mas sobretudo, momentos de trabalho intenso e de união e coesão necessárias para a realização harmonizada do evento. Tudo ultrapassava-se quando erguíamos o nosso pensamento e reconsiderávamos a razão pela qual nos submetíamos a esse reboliço por mais de 6h por semana.

Tendo despoletado uma intensidade de emoções diferentes ao longo do ano, é natural que se sinta um vazio quando o apogeu é consumado, ainda mais pelo sucesso que foi e ligação comovente entre o público e o palco: uma constante comunicação que fluía no meio de risos e choros, de sentimentos difusos de afecção profunda.

Para tentar minimizar esse vazio, as magníficas anfitriãs Kaizeler tiveram a brilhante ideia e enorme gentileza de organizar uma sardinhada na sua tão acolhedora “Quinta Nova”, um dos muitos paraísos perdidos nas planícies alentejanas.

Apenas algumas pessoas se juntaram ao convívio mas foi o suficiente para espairecer e ter a oportunidade de partilhar ideias e pensamentos que não fossem exclusivamente relacionados com dança. Tantas horas foram passadas na companhia umas das outras no entanto com tanto a fazer e preparar, não havia grande oportunidade para desenvolver grandes conversas e aprender com as experiências e sapiências de cada qual. Certamente a dança não será o único tema que nos reúne se nos dermos ao trabalho de explorar o que existe debaixo da graciosidade dos corpos. Livres de stress, com uma tarde ensolarada pela frente, um repasto delicioso preparado pelos Homens da Jazz, outros assuntos foram abordados, sem as gotículas de suor dos treinos mas com sorrisos relaxados e o brilho de concretização no olhar.

Os ingredientes à mesa foram essencialmente a boa disposição e a ânsia de partilhar um pouco de si com cada qual. Os 36ºC que se faziam sentir, a brisa e os risos das crianças na piscina, a ternura dos cachorros e a amabilidade de toda a família Kaizeler foram ingredientes que trouxeram ao evento a sua unicidade. O contributo de cada foi essencial na preparação do buffet e organização logística! De um lado do terraço, uma mesa com uma grande variedade de legumes todos cortados e separados para cada misturar ao seu gosto; do outro lado, no churrasco, as sardinhas, carapaus e febras saíam e circulavam pelas mesas nas mãos dos voluntários destacados para o desempenho da função. As batatas repousavam ainda no tacho quente por baixo da árvore que nos proporcionou uma sombra imprescindível para nos proteger do sol exaltado que nos picava com o seu ardor.

Obviamente, como qualquer reunião de mulheres, as hormonas não podiam estar completamente sossegadas e sentia-se tensão no ar. Mas soube-se abstrair dessas questões e continuar a reunião com as pretensões originais: estar num sítio sossegado, a conviver longe do stress urbano, junto às pessoas com quem partilhámos grande parte do tempo este ano de uma forma diferente, com bikinis a substituir os maillots, com creme em vez de collants e com chinelos no sítio onde constavam as perneiras. Um ambiente diferente para reunir as mesmas pessoas: deslocámo-nos das habituais paredes, espelho e espaldarte para o ar livre, piscina e espreguiçadeiras e o tecto velho e branco era substituído por um céu azul, com poucas nuvens no qual o sol desempenhava um papel mais enérgico e caloroso que a luz artificial do ginásio.

Foi deveras revigorante e saí de lá com uma certa tristeza e nostalgia, a desejar mais momentos destes e partilhar muitas mais emoções com todas aquelas pessoas, assim como as ausentes que foram também relembradas com carinho e saudade.

Muito obrigada a todos, especialmente às manas Kaizeler, Catarina e Mia, pelo belo momento que nos proporcionaram!

Ana Maria (Zi Blonde)
Imagens Quinta Nova (Parte I):

Sardinhada Chez Kaizeler! (PARTE II)

A Tarde avançava insensível aos mais íntimos desejos de quem por necessidade tinha de abandonar o coito daquele paraíso. E se o número de convivas minguou, o ambiente caloroso continuou em crescendo… porque o tempo enraíza as relações… porque o camarão e as cervejinhas da merenda soltam os espíritos… e porque a família Kaizeler tem a arte de bem receber, com uma amabilidade, uma disponibilidade e simultaneamente uma descrição que nos fazem esquecer que aquela não é a nossa casa… porque tudo fica á nossa disposição, e tudo neste caso é imenso. Ali só há uma obrigação: É sermos felizes.
E foi muito fácil sentirmo-nos felizes naquele fim de tarde onde só as gargalhas de todas comprometeram a performance do Karaoki dalgumas, que entre danças improvisadas da Sofia, da Catarina e da Mia (que abrilhantavam o espectáculo) tentaram fazer-nos recordar músicas, algumas só reconhecíveis pela letra já que a melodia…
Mas na Quinta Nova o tempo escorrega por nós sem denúncia e de repente já nos chamavam para a mesa.”Outra vez??? Mas alguém ainda terá fome???”. Foi só entrar na sala de jantar e as minhas gustativas salivaram-me a resposta. Sobre uma mesa de família, daquelas onde as cabeceiras comunicam por fax, repousavam as iguarias do fim de dia, como sempre dispostas no estilo simples do bom gosto da casa, e a um canto o anfitrião assava as febrinhas que aromatizavam já o meu estômago. Na vida são os detalhes que distinguem as coisas e naquela sala não estava apenas um conjunto de raparigas ávidas de diversão… naquela sala um pequeno gira discos fazia o enchimento acústico da atmosfera cúmplice de quem percorreu um mesmo caminho, numa mesma direcção realizando um mesmo sonho, e estávamos ali fortificando as amarras que nos uniam e unirão certamente para vida. Sim... éramos efectivamente camaradas amigas que naturalmente nos entregávamos gratuitamente á simplicidade de sermos Felizes por mais um dia... descomplicadamente!
Coisas bonitas da vida que por vezes não paramos para desfrutar... Camaradagem, Amizade, Simplicidade, Naturalidade, Entrega Gratuita e uma enorme felicidade porque hoje é mais um dia de sol. Coisas eventualmente pouco importantes de pessoas possivelmente pouco interessantes, como eu, mas que escreveram um linda página no livro da minha vida! OBRIGADA FAMILA KAIZELER!!!
Imagens Quinta Nova (Parte II)

13/07/2009

Gala 25 anos JAZZ

O tempo passou por nós, e de repente, não mais que de repente, 25 anos de dias de trabalho, 25 anos de horas de prazer, 25 anos de minutos de desilusões, condensaram-se num só dia, num só espaço, num só grupo. Era dia 26 de Junho de 2009, estávamos no Teatro Municipal de Almada e a Prof. Maria Franco e duas gerações das suas alunas preparavam a GALA 25 Anos de JAZZ.

Fiquei 4 dias olhando as atarefadas preparações e ensaios do espectáculo, e cada dia que passava, mais me perguntava o que unia aquelas meninas-mulheres em torno deste projecto. O que faria uma mulher de 40 anos abandonar o conforto do sofá e do seu livro para durante 10 meses, 2 vezes por semana correr para o ginásio e jantar à meia-noite? Como poderiam meninas cibernautas falar ali a mesma linguagem das mais velhas? Que força seria essa que fazia uma mãe adormecer a sua linda filha no chão sujo do teatro para não faltar a um ensaio? Que mundo estaria ali perante mim que eu nunca vira?

Era o mundo da DANÇA que as unia... e essa força chamava-se MARIA


O pano subia… nas cadeiras ajeitavam-se as pernas, acomodavam-se as costas, sossegavam-se as crianças… e a música entornou-se pela sala, exigindo o silêncio de todos.

No palco, espaço, muito espaço, e pouca luz, muito pouca luz focava apenas um livro e uma rapariga. Começou a dançar e o espaço ficou pequeno e o seu brilho iluminou a sala. A Gala prometia…
Entraram então os Vestidos Azuis (Diversão). Uma coreografia dos anos 80, a mais antiga desta antologia dos trabalhos da Prof., onde as menos novas se integraram totalmente no grupo, divertidas, graciosas e jovens, de resto como em todas as suas participações.

O Prince encheu o palco de risquinhas brancas e pretas que destacavam as silhuetas curvilíneas de cada movimento coreográfico, contrastando com os vestidos esvoaçantes da dança seguinte (Jive). O Rock & Roll fecharia esta primeira parte com graciosidade.

O público estava animado. Nas primeiras filas da sala, um grupo de antigos atletas do GCP emocionara-se com um separador de multimédia que lhes avivara memórias de tempos passados… Mas emoção, emoção estava a chegar: "Memories" fez-me conter uma lágrima, tal foi a beleza da coreografia e da execução destas quatro “bailarinas”. (deixem-me dizer assim)

Os "pijamas" da Mambo chegaram num palco de nevoeiro e as saias rosa da Swede antecederam as Padeiras que trouxeram a originalidade musical dos Gaiteiros combinada numa gestão de espaços e dramatização soberbas.

As indígenas do Africano encheram o palco de esoterismo com as suas danças rituais e as Mulheres a seguir inigmatizaram ainda mais a atmosfera.

Molin Rouje era um momento esperado... e as meninas corresponderam numa coreografia carregada de sensualidade q.b. e graciosidade feminina.

As "calcinhas" da Terra coloriram o palco ressaltando os movimentos, enriquecidos por uma boa luminotécnica, e tudo terminaria num apoteótico cenário com 32 alunas dando corpo a uma nova criação da Prof. Maria Franco.

Saímos todos felizes por termos feito parte desta Gala... porque o publico faz parte do espectáculo... e EU ESTIVE LÁ!

PARABÉNS MENINAS-MULHERES
PARABÉNS PROF. MARIA FRANCO
PARABÉNS SR. PACHECO E TODA EQUIPA TÉCNICA.

SMS João Dias (Especial Homens)

Queridas amigas e membros da Classe de Dança Jazz, no sábado a seguir ao espectáculo foi-me reenviado um sms do João Dias (membro da Especial Homens) que quero partilhar com todas, as que particparam no espectáculo e as que fizeram parte da classe ao longo destes 25 anos. Espero que gostem tanto quanto eu.

"Na vida temos de optar! Com ou sem dores, jamais me perdoaria não estar, mesmo por pouco tempo, para tão justa homenagem! Parabéns às ausentes, às presentes e à Maria, sem dúvida a grande mentora de uma obra feita, impar no panorama clubistico: 25 anos é obra, e a Classe tem mais!!! Nota para o miminho com que partilharam com os convidados de outras classes, fazendo-nos suspirar com muita saudade “tempos que já não voltam”! Agradecer por ver pessoas que já não via... e recordar outros que já não posso. Estou eternamente grato por tal emocionante noite, grato muito grato. PARABÉNS. João Dias"

12/07/2009

Página da Catarina para o Livro da Maria

Hoje, enalteço o sentido das coisas, quando me expresso através do movimento, numa explosão apoteótica de frases dançadas inalcançáveis pelo eco interpretativo da palavra.
Com o corpo me revelo, na mais pura essência do meu ser, grito pas de deux, pliet`s, tendu`s, battement e arabesques, mergulhada num transe estonteante, oiço a música, sinto-a, interpreto-a, revelo-me.
Faz-me recordar o belo conto de Andersen, que apresenta a história de uma menina fascinada pela magia de um par de sapatos vermelhos, que uma vez calçados, ganham o controlo sobre o corpo e sobre a mente, arrematando quem os possua numa exaustão dançante, sem saída possível, onde parar significa morrer.
Não poderia ser diferente, faz parte de mim, é como o recém-nascido que aprende a respirar no primeiro choro, para se aperceber que nunca poderá deixar de o fazer.
Ontem cheguei à Jazz, menina mulher, muda de encanto, vazia de autenticidade, oca em identidade, longe de alcançar a razão do meu viver, do meu ser, do meu sentir…
Aqui cresci e me construí perto de muitos a quem chamei meus, perto de si.
Chorei muitas lágrimas, esbocei muitos sorrisos, fui feliz e sofri, nos entre tantos foram desenhados os traços da minha personalidade, do meu carácter, da minha ética, para que hoje reconheça o reflexo da imagem que o espelho mostra para mim.
Obrigada por me devolver o amor pela Dança, por me ver crescer e tornar Mulher, pelo contributo indiscutível da pessoa que quero ser.
A prosa não tem capacidade de decifrar o significado do Amor, sabemo-lo sentindo-o.
Danço-o, expresso-o, respiro-o.
Foi preciso sair algumas vezes da Jazz, para reconhecer o caminho de volta a casa que não é feito de pedra e cal, mas sim daqueles a quem pertencemos, e eu estarei sempre de regresso aqui.
Um abraço, um beijo, um sorriso, um convite para dançar…

Catarina Kaizeler
Lisboa, 31 de Março de 2009

07/07/2009

Pagina da Paula (G) para o LIVRO DA MARIA

TALVEZ NÃO CONSIGA TRANSCREVER A IMPORTÂNCIA DA JAZZ NA MINHA VIDA...

FORAM CATORZE ANOS NUMA CLASSE QUE CULMINOU COM A PRESENÇA DE UMA PROFESSORA FANTÁSTICA EMPENHADA EM PARTILHAR O SEU MELHOR:
A TÉCNICA E O SENTIDO DA DANÇA.

CONSEGUIU TRANSMITIR QUE SÓ COM DEDICAÇÃO E ESFORÇO SE PODE ALCANÇAR UM BOM RESULTADO FINAL.

OS ANOS PASSARAM, MAS RECORDO SEMPRE COM ALGUMA NOSTALGIA, O MEU PENSAMENTO QUANDO A VI PELA PRIMEIRA VEZ EM PALCO, NUM BANCO DE JARDIM, E PENSAR COMO SERIA BOM DANÇAR ASSIM, LONGE DE SABER QUE ME IRIA ACOMPANHAR NOS ANOS SEGUINTES.

DEU-ME A OPORTUNIDADE DE COMPREENDER COMO É POR VEZES DIFÍCIL ENSINAR E TREINAR UMA CLASSE, EXPERIÊNCIA ÚNICA QUE NÃO MAIS ESQUECEREI.

MUITO FICA POR DIZER, MAS PRINCIPALMENTE UM GRANDE OBRIGADO POR TUDO O QUE FEZ POR NÓS E POR ESTA EXTRAORDINÁRIA INICIATIVA QUE MAIS UMA VEZ REVELA UM CARÁCTER DE DEDICAÇÃO E AMOR Á ARTE DA DANÇA.

VAMOS FAZER A FESTA DOS 25 ANOS E A MELHOR PRENDA QUE PODEMOS DAR É A ESPERANÇA QUE A MARIA SE SINTA ORGULHOSA DE TODO O SEU TRABALHO RETRATADO NAS SUAS ALUNAS.

Dedicatória para a Prof. Maria da aluna PAULA GRANDE

03/07/2009

Dedicatória Paulo Gavino

Comecei a acompanhar a Classe de Dança Jazz da Prof. Maria Franco por casualidades...
Acabei apaixonado pela JAZZ, por cada momento solto no ar do movimento dum braço, por cada passo que esvoaça sem tocar o chão, por cada figura desenhada pelo esforço de todas numa tela de conjunto.
A todas as atletas um reconhecido obrigado pelos momentos bonitos que partilharam comigo e à Prof. Maria Franco um infinito reconhecimento por nos fazer tão felizes... a quem dança... e a quem assiste.
Ofereço-vos o testemunho da minha admiração nestas vossas belissimas imagens que realizei, e neste Blog que coajudarei, para que possam recordar no tempo, o tempo que viveram juntas nesta viagem pela dança com a Prof. Maria Franco.

01/07/2009

E Nasceu "O" Blog

Aos 18 anos iniciei a minha viagem pela Jazz. Estávamos então nos primeiros anos da Classe em Portugal mas tivemos a mestria e o talento da Prof. Maria Franco que nos conduziu por novas e enriquecedoras experiências, tanto na arte coreográfica dos seus trabalhos, como na arte da vida que lhe absorvemos numa convivência diária.

Até aos 31 anos a família GCP encheu-me o dia a dia com novos desafios e momentos inesquecíveis de camaradagem.
Muitos anos se passaram desde então mas ficou-me a marca desses tempos que tanto contribuíram para o meu crescimento como pessoa.
Agora, passados 25 anos, tive a oportunidade de reviver o encanto desses tempos, num espectáculo onde se juntaram duas gerações de alunas da Prof. Maria Franco, e assim me surgiu a ideia dum Blog onde todas as antigas e recentes colegas, podessem partilhar as suas vivências.